sábado, 8 de janeiro de 2011


David, o herói de «A Casa Vazia», tem agora quinze anos. Refugiado num albergue para crianças, sob uma identidade falsa, escapa por um triz à rusga que o priva dos seus últimos companheiros. David está só, torturado por um imenso desejo de vingança...
Começa então um longo ano de espera e de vagabundagem. David mantém a esperança no regresso dos pais. Até que, um dia, transpõe a porta do hotel Lutétia, com uma fotografia na mão...




Não era mais do que uma escrava, pensava Lídia. A quinta endividada teve de ser alugada a um vizinho, e ela e o irmão tiveram de ser empregados. Estaria o fim como a mãe dissera quando partira com as bebés depois de o urso esfomeado ter entrado na sua casa da quinta do Vermont? Naquele Inverno de 1843, as duas crianças haviam ficado entregues a si mesmas. Se, pelo menos, o pai voltasse e pusesse tudo de novo no lugar! A promessa de uma nova vida melhor acaba por pôr Lídia a caminho de Lowell, Massachusetts. Como empregada de uma fábrica vai ganhar um salário e ser livre. Pouco importa ter de viver num lar apinhado e de suportar o barulho ensurdecedor dos teares e o ar cheio de pó que traz consigo febres e tosses dilacerantes. Apesar do encarregado ameaçador, Lídia trabalha horas sem fim para poder pagar a dívida e recuperar a quinta que tanto ama.

Vera nasceu quando ninguém a queria. «Não tenho vida para ter filhos», dizia a mãe, a começar então uma carreira de modelo. «Tu não me és nada», repete-lhe continuamente Dona Elisa, mulher de um primo afastado em casa de quem a mãe a larga, ainda recém-nascida. Uma casa com um pátio, onde um dia Dona Elisa irá fazer uma fogueira de todos os seus sonhos.
Mas às vezes, e quando menos se espera, surge uma leve esperança em tempos melhores. No dia do casamento da mãe, entre a multidão de fotógrafos e de gente que ela desconhece, alguém aparece capaz de — quem sabe? — lhe modificar a vida.




1 comentário:

  1. “O casamento da minha mãe”
    Gostei. Voltava a lê-lo. É a vida atual que está nesta história: uma mãe que não tem tempo para a filha e uma jovem que quer a atenção de alguém. Para chamar a atenção porta-se mal na escola. Quantos alunos temos assim na nossa escola. Por trás de um comportamento negativo há sempre uma razão que as pessoas não vêem.
    Patrícia, 7ºD

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